quinta-feira, 11 de abril de 2013

Passageiro ilustre


Não é uma boa foto, pois o carro não aparece por inteiro, mas o motivo pelo qual ela foi tirada desse jeito, com uma simples câmera digital, aparece através de uma olhadela mais curiosa. É que em cima do carro há um passageiro ilustre: um galo-de-campina.  

Foto e texto: Bete Diniz - Taperoá - PB

sexta-feira, 29 de março de 2013

A nossa filiação em Cristo - Gálatas 4, 4 - 7


Digo, pois, que durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. 
2 Mas está sob tutores e curadores até ao tempo pré-determinado pelo pai. 
3 Assim também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo;
4 Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 
5 Para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.
6 E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: "Aba, Pai". 
7 De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.   

A nossa filiação em Cristo
Gálatas 4, 4 - 7 
(Foto: Bete Diniz - Taperoá - PB) 

sábado, 23 de março de 2013

Evangelho de Lucas 2, 8 - 21


Os anjos e os pastores
 8 Havia naquela mesma região pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite.
9 E um anjo do Senhor desceu onde eles estavam e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. 
10 O anjo, porém, lhes disse: "Não temais: eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo:
11 é que hoje vos nasceu na cidade de Davi o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura".
13 E subitamente apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial louvando a Deus e dizendo:
14 "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens, a quem Ele quer bem".
15 E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: "Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer”.
16 Foram apressadamente e acharam Maria e José, e a criança deitada na manjedoura. 
17 E, vendo-o, divulgaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino.
18 Todos os que ouviram se admiraram das cousas referidas pelos pastores.
19 Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração. 
20 Voltaram então os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado. 
A circuncisão de Jesus
21 Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de Jesus, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido.         


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Carnaval de Taperoá (PB)


O carnaval de Taperoá é festejado talvez desde o início do século passado. Há testemunhas que dizem que já nos anos 30 do século passado havia os bailes de salões, blocos de rua, papangus e o mela-mela, que consiste em se jogar goma, água, etc., uns nos outros.

Visto ser Taperoá ainda uma cidade jovem, logo cedo foi introduzido o carnaval como uma festa tradicional da cidade, seguindo o costume do povo brasileiro, que desde o Brasil colônia comemora essa festa da forma mais popular e democrática possível.

Antigamente, além dos papangus saindo pelas ruas da cidade, havia o bloco carnavalesco do Santa Cruz, que animava o povo, como o principal bloco da cidade. Havia a concentração de bailes populares no Clube Santa Cruz, depois o bloco saía pelas ruas, animando o povão com sambas, marchinhas e frevos. O grupo folclórico “As Cambindas” também sempre marcou sua importante presença nos festejos carnavalescos, e ainda hoje, de vez em quando, ele mostra sua garra e sua força, através de seus componentes, normalmente descendentes de antigos participantes e até de fundadores do grupo. Já a elite taperoaense comemorava o carnaval em bailes que ocorriam no salão de bailes da Prefeitura Municipal, cujo prédio ainda hoje pertence ao governo municipal, na Rua Getúlio Vargas, centro. 

Com o tempo a evolução do carnaval taperoaense foi-se introduzindo, com o surgimento de grandes blocos carnavalescos, como o “Taperoando por aí”, entre outros, além de bandas sofisticadas que atualmente se apresentam na “Praça João Suassuna”. A praça, aliás, foi reformada para abrigar as manifestações culturais do seu povo. 

O que não muda no carnaval taperoaense, e não deve mudar jamais, é a apresentação dos papangus, onde pessoas se fantasiam com roupas as mais variadas e usando máscaras, também de formatos variados, para saírem às ruas, normalmente nas tardes do período carnavalesco, divertindo-se e divertindo o povo em geral.   

O uso de máscaras em carnavais, contam os historiadores, é um costume herdado de nossos ancestrais pré-históricos que, para agradecerem aos seus deuses as boas colheitas, fantasiavam-se com máscaras parecidas com animais e pintavam o corpo com tintas tiradas de plantas, um costume que ainda sobrevive dentre povos aborígenes, como em países africanos, algumas partes da Austrália, Indonésia e índios brasileiros, etc.  

O carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses, que trouxeram de lá o seu “entrudo”, um festejo violento, onde se usava goma, água, ovos cruz, madeira, etc., para se jogar uns nos outros. Com o passar do tempo o nosso carnaval foi ganhando as tradições africanas, durante o período da escravidão, e evoluiu até no que se vê hoje, com introdução de ritmos variados, onde se destaca o samba, o frevo, e mais recentemente, o Axé e músicas eletrônicas. 

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

Comecemos pelos passarinhos


A diversidade da flora e da fauna taperoaense emociona; faz parte da fauna: azulão, anu, golado, galo-de-campina, rouxinol, concriz, canário, caburé, carcará, bacurau, casaca de couro, morcegos, serpentes diversas; também animais de maior porte, como tejo, preá, gambá, sagui, raposa, etc. Compõe a flora: aroeira, angico, marmeleiro, jurema, baraúna, umbuzeiro, pitombeira, juazeiro, ingazeira, xiquexique, macambira, malva, avelós, etc. 

O mundo atual pensa, discute e protege o meio ambiente, e Taperoá precisa inserir-se em campanhas que defendam eficazmente o seu meio ambiente. Quando digo Taperoá, digo o povo que nela mora; então, aqui há um apelo para que o povo taperoaense abrace campanhas pela defesa ambiental. Eu me considero inclusa neste chamamento. 

Que a luta será intensa, ninguém duvida; então, comecemos pelas pequenas atitudes, pois não precisamos realizar coisas grandiosas, a princípio. Por exemplo, a você que mora na zona rural, eu pergunto: para que você quer pássaros engaiolados dentro de sua casa, se eles cantam livres no seu quintal? Solte-os, porque além deles terem nascidos para a liberdade, contribuem para espalhar sementes e fertilizar a terra que lhe sustenta. Você que mora na zona urbana, há outro jeito de ouvir o canto dos passarinhos: plante uma árvore em frente de sua casa e peça aos vizinhos que façam o mesmo: haverá em sua rua uma verdadeira orquestra sinfônica, sob as asas da liberdade! 

Pouco tenho contribuído para a preservação ambiental, mas de uma coisa me orgulho: jamais tive sob meu poder qualquer pássaro engaiolado, jamais!  

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)             
                                                                                            

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Primeira sessão da Câmara Municipal de Taperoá (PB/BR)



Houve, às 18h30 m do dia 1º de fevereiro deste ano, 2013, a primeira sessão da Câmara Municipal "Corsino de Farias", do município de Taperoá (PB). Iniciada com o pronunciamento do prefeito constitucional de município, Jurandir Gouveia, a convite da presidenta do legislativo taperoaense, a vereadora Margarete, a pauta foi praticamente unânime entre os oito nobres vereadores presentes, o prefeito e o vice-prefeito. Foi sentida a ausência do nono vereador eleito, Dr. Ailton Paulo de Sousa.


A unanimidade entre os edis, o prefeito e o vice-prefeito deu-se na questão que certamente norteará o mandato do Legislativo e do Executivo taperoaense que é a Educação. Há de notar-se que parece uma predestinação da cidade de Taperoá no que diz respeito a uma Educação de qualidade, visto que através dos anos ela vem sendo cuidada com muito carinho pelos governantes locais. A prova disso é a quantidade de profissionais competentes que Taperoá tem fornecido ao Brasil, em todas as áreas, tais quais Administração, Medicina, Engenharia, Psicologia, Jornalismo, Química, Biologia, Matemática e tantas mais. 

Outra questão debatida na ocasião foi a da infraestrutura, quando se falou muito em calçamento de ruas, iluminação elétrica, poços artesianos, esgotamento sanitário, etc. A vereadora Sileide Barreto, inclusive, disse ao prefeito Jurandir que não haverá da parte dela qualquer oposição se todos os projetos a serem votados realmente beneficiarem a cidade. 

Também o edil Macilom foi enfático na questão da infraestrutura, afirmando que cobrará veementemente obras estruturantes para a cidade, sendo ele o mais objetivo dos vereadores em seu discurso.

A sessão foi encerrada pela presidenta do Legislativo taperoaense, Margarete, deixando o povo esperançoso num futuro promissor para Taperoá, e confiante numa união exemplar entre o Legislativo e Executivo, pois governar é muito simples: basta empregar o dinheiro público de forma responsável e honesta em trabalhos que tragam o desenvolvimento para a cidade, em benefício comunitário. 

(Texto e fotos: Bete Diniz - Taperoá - PB/BR)   

Menino na palmeira

Quem não olhar atentamente não perceberá a peculiaridade desta foto: há um menino lá em cima da palmeira tirando alguns frutos da árvore, que fica em frente à Biblioteca Municipal Raul Machado, em Taperoá (PB/BR). 

O espírito aventureiro talvez tenha levado o garoto a arriscar a vida, não para colher uns frutos, mas para observar a cidade do alto. Só mesmo um menino para sentir essa emoção da aventura, da vitória sobre o medo... Enfrentará ele com o mesmo empreendimento e coragem, no decorrer de sua vida, todos os problemas que surgirem à sua frente?    

Com certeza essa cena demonstra o espírito combativo, lutador, desse garoto, talvez num treinamento espontâneo, instintivo, como uma preparação para as lutas diárias as quais todo ser humano está submetido ao longo da vida.

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB/BR)   

Intermares, Cabedelo PB/BR)

Foto: Bete Diniz - Taperoá - PB

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Igreja Matriz de Taperoá - PB

Num dia chuvoso, o principal ponto turístico de Taperoá (PB - Brasil) foi invadido por um rebanho de gado, tangido por dois cavaleiros...

Cena incomum, mesmo para uma cidade interiorana, visto que o patamar da igreja matriz costuma receber a visitação de fiéis, não de gado.

Quanta história tem esse espaço do povo taperoaense! Quantas missas foram celebradas, quantas homenagens feitas a pessoas ilustres... Teatro já se apresentou ali, cinema ao ar livre, para o povão... Quantas pessoas que já partiram e que já seguiram procissões através desse espaço... As missões de Frei Damião e Frei Fernando!

A vida é uma surpresa e proporciona cenas inusitadas, assim: gado passando... Será que algum boi ou vaca reconheceu, em sua memória tão particular, nesse lugar um lugar sagrado? Quem poderá afirmar com toda a certeza que jamais um animal reconheceria um lugar santo? Somente Deus tem a resposta, e nem eu mesma saberia dizer que sim, que não...       

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB/BR)

Viajar é tão bom!


Viajar: conhecer pessoas, lugares, culturas, é tão bom! Sentir que a vida sopra no rosto uma canção de ninar, de amor, quem sabe... Cada lugar tem sua magia, seu dinamismo, seu registro único perante o mundo...

Acreditar em cada frase bondosa de alguém de outras terras, seu "bem-vindo" sincero sem visar a força do dinheiro... O rosto de alguém que só se verá uma vez e depois nunca mais; o sorriso de alguém a lhe desejar o melhor em seu lugar... É tão bom!

O gesto de João Paulo II beijando o chão do país no qual se hospedaria, no qual receberia tanto carinho, muito mais rico do que suas palavras consoladoras... Quem não se comoveu com tal gesto? Era sublime quando ele beijava o chão do país que o acolhia, mas ele o fazia porque se entregava de corpo e alma àquele lugar, como se fora dele, terra natal dele... Ele sabia o quanto era bom viajar!

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)    

domingo, 27 de janeiro de 2013

Espiga de milho

foto: Bete Diniz - Taperoá - PB.

Motos estacionadas perto da Igreja Matriz -Taperoá (PB)

Foto: Bete Diniz - Taperoá - PB

Colégio das Freiras - Taperoá (PB)

Foto: Bete Diniz - Taperoá - PB

Balanço do governo de Deoclécio Moura na Prefeitura de Taperoá (PB)


Deoclécio Moura, Dr. Deó, como é conhecido aqui em Taperoá (PB), filho desta terra, passou a maior parte de sua vida trabalhando como funcionário estadual em João Pessoa, exercendo cargos importantes na administração pública de vários governadores. Quando estava próximo de se aposentar fez um estudo, uma análise da administração pública dos prefeitos de sua terra natal, e resolveu intervir de maneira resoluta na política de Taperoá, por entender a situação caótica e de abandono em que se encontrava sua terra natal.

Começou a investir politicamente na cidade por volta do ano 1998 do século passado, quando reuniu um grupo de políticos, entre eles alguns vereadores insatisfeitos com a administração pública daquela época. Reunido um grupo, começou a chamar a atenção da população para os graves problemas enfrentados pela cidade, através da Rádio FM da cidade de Serra Branca (PB), pois Taperoá ainda não possuía uma Rádio FM. 

A população, aos poucos, sentiu a pressão da oposição de Deó, e começou a participar, através de palestras, reuniões na Câmara Municipal, recados na Rádio FM, etc. É possível que em outras épocas jamais tenha havido tanta participação política do povo, inclusive lotando a galeria da Câmara Municipal. Já a partir daí a cidade de Taperoá começou a ganhar politicamente, pois o povo foi para as ruas discutir política e desenvolvimento.

Tudo melhorou mais quando Dr. Ailton Paulo de Sousa, então dentista e político, atualmente vereador, fundou a Rádio FM de Taperoá, trazendo mais espaço para a discussão e opinião popular. A partir daí a política tomou força nas ruas, em casa, entre as famílias, pois a cidade inteira já discutia o futuro da cidade e de sua gente.

Com a vinda das eleições, o Dr. Deó ainda perdeu, mesmo por poucos votos, a primeira a que concorreu, no ano 2000. Já em 2004 tomou o poder, derrotando uma família tradicional que se revezava na Prefeitura Municipal havia pelo menos dezesseis anos, sem contar o domínio político de seus ancestrais em outras épocas.

Com a sua posse, em 1º de janeiro de 2005, ele se mostrou audaz e incansável para melhorar a situação caótica da cidade, quando começou, imediatamente, a reforma de todas as escolas municipais e dos postos de saúde, que se encontravam em ruínas. Foram vários meses de reforma, primeiramente das escolas municipais, quando entregou aos alunos do município os prédios totalmente reformados, limpos, com carteiras organizadas, móveis em ordem, etc., já no mês de março, quando começou o ano letivo municipal. Em seguida reformou os poucos postos de saúde, os PSFs.

Com o passar do tempo ele organizou a reforma do esgotamento do canal do bairro São José, um escândalo a céu aberto naquela época, fez a reforma do cais, calçamento e urbanização da rua próxima ao rio Taperoá, contando com o financiamento do Ministério do Meio Ambiente.
Se eu for contar todos os benefícios que o prefeito Dr. Deoclécio Moura Filho investiu na cidade de Taperoá não termino este artigo, visto que ele foi reeleito na eleição de 2008, numa clara manifestação de apoio do povo ao seu trabalho inovador e honesto.

Também no seu segundo mandato Dr. Deó se mostrou incansável no seu trabalho de melhorar a cidade, calçando ruas, inaugurando PSFs na cidade e na zona rural, como ativando escolas na zona rural, creches, calçamento de ruas, iluminação elétrica na zona rural, poços artesianos, etc.

Para não dizer que a administração de Deoclécio Moura à frente da Prefeitura Municipal de Taperoá durante os oito anos foi perfeita, houve um ponto frágil nesse período, que foi a questão do funcionalismo público. Dr. Deó, durante os dois mandatos, atrasou ou deixou de pagar salários, tanto dos funcionários efetivos quanto dos contratados. Por causa disso no primeiro mandato enfrentou uma greve dos funcionários efetivos, quando acumulava sete meses de atraso no salário deles, que acabou com um acordo no poder judiciário, quando foi acertado o pagamento parcelado dos atrasados, e o compromisso do prefeito de não atrasar mais. Por conta desse acordo foram os funcionários contratados prejudicados, pois a partir daí eles foram recebendo seus pagamentos de forma desordenada, até o fim dos dois mandatos, no dia 31 de dezembro de 2012. Também foi frágil a administração da Biblioteca Municipal Raul Machado nesse período.

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB) 

sábado, 26 de janeiro de 2013

Um milagre


Chico gostava de caçar rolinhas em dias de folga, principalmente no domingo. Certo dia, mais ou menos quatro horas da tarde de um domingo, ele disse à sua mulher: “Vou aos sítios de João Pires e Mirabeau caçar rolinhas e logo voltarei”. A mulher disse-lhe: “É tarde, Chico, e o céu está bonito para chover; é melhor você não ir”.  

Sem escutar a mulher, Chico pegou sua espingarda, munição e bisaco, tomou o rumo da Rua Chã da Bala, no caminho do cemitério velho, e se embrenhou pela caatinga ainda exuberante, com baraúnas, aroeiras, angicos, marmeleiros e arbustos endêmicos do ambiente nordestino. Naquele tempo ainda não existia o açude Manoel Marcionilo, e aquele lugar era praticamente mato e algumas plantações de milho e feijão. 

O fato é que, quando Chico entrou no mato, sentiu que seria um bom tempo de caça, pois avistara muitas rolinhas. Preparou sua espingarda e não demorou muito para que seu bisaco ficasse cheio de caça. Animado, esqueceu-se do tempo e da chuva que se anunciava no céu antes dele sair de casa. Já era noite quando a chuva invadiu Taperoá tempestuosamente: relâmpagos e trovões assustadores, ventos fortes e águas torrenciais. 

De repente Chico percebeu que o mundo havia escurecido à sua vista, clareado apenas pelos relâmpagos. Logo procurou um abrigo no meio do mato e sentou-se debaixo de uma baraúna, imaginando que só sairia dali quando a chuva passasse. Mesmo assim reparou que não tinha ideia donde estava: se no norte, no sul, leste ou oeste do caminho de casa. Pensativo, quis se preocupar, mas do nada apareceu um homem, dizendo: “Que chuva! Às vezes venho aqui passear, contemplar a natureza, mas estou com medo deste temporal; vou voltar para casa! Você quer vir comigo? Conheço estes caminhos como a palma de minhas mãos e posso lhe ensinar o caminho de sua casa! Além disso, é perigoso ficar debaixo de árvores em tempo de chuva, pois elas atraem raios!”. Chico, que reparou na fisionomia e na roupa de mescla azul do homem durante um relâmpago, animou-se e, num ímpeto, levantou-se e seguiu o desconhecido. 

Alguns metros depois de afastar-se da árvore, Chico escutou um grande barulho atrás de si. Surpreso, olhou para trás e viu que a árvore que o abrigara fora atingida por um raio e se partira ao meio. Assustado, ele disse ao homem: “Você salvou a minha vida! Obrigado!” O homem disse-lhe: “Eu conheço muito bem a natureza, pois antigamente eu também vivia caçando rolinhas por aqui, como você faz agora”. Chico quis ampliar a conversa: “Qual é o seu nome? Engraçado, Taperoá é tão pequeno, e eu nunca o vi por aqui!” O homem lhe respondeu: “Meu nome é Joaquim, e moro ali perto da estrada que vai lhe levar para sua casa”. 

A conversa se encerrou por aí, e Chico acompanhou o desconhecido, confiante de que logo chegaria em casa, embora a chuva houvesse aumentado. Quando já estavam em frente ao cemitério velho, o desconhecido parou e disse a Chico: “Agora você chegará em casa facilmente, embora a cidade esteja sem luz elétrica; é só seguir em linha reta”. Chico perguntou-lhe: “O senhor não vem comigo? Aqui é esquisito, principalmente de noite”! Ele lhe respondeu: “Não, Chico, pois eu moro aqui há muito tempo!”. 

Naquele momento Chico viu, no clarear de um relâmpago, que aquele homem tinha a fisionomia do seu avô, que falecera quando ele era ainda um menino. Viu, ainda, que ele atravessou sem problema a parede do cemitério e sumiu na escuridão. Depois da surpresa, não houve outro jeito para Chico senão correr. E ele correu tanto, guiado pela claridade dos relâmpagos, que deixou cair pelo caminho seu bisaco e sua espingarda. Em casa, quando sua mulher o viu chegar, disse-lhe: “Oxente, você está com cara de quem viu fantasma! Onde estava até agora? Cadê as rolinhas?” Chico, exausto, apenas lhe disse: “Mulher, nunca mais eu vou caçar! Nunca mais eu vou caçar!”.     
              
(Texto: Bete Diniz - Taperoá - PB -  Foto: internet)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Surpresa


Cheguei ontem a Taperoá surpreso. Estão refazendo a pavimentação asfáltica do trecho da rodovia entre Taperoá e Assunção. Faz muitos anos que faço esse trajeto e nunca a intervalos longos de tempo. Jamais percebi, pelo menos  não que eu me lembre, que havia uma casa de fazenda do lado direito de quem se dirige a Assunção, próximo à  propriedade de Chico Branco, ou Branquinho Pimenta, como também é conhecido. 

Esse trecho da antiga "rodagem" do DER sempre ficou ladeado de vegetação típica da região. Vegetação densa, de marmeleiros, malvas, juremas pretas e outras espécies menores, mas que nos oferecia uma paisagem como que de alameda. O cinza do asfalto como um longo corte no meio do mato. Com aquela beleza que só o Nordeste oferece: parda e poeirenta no verão ou nos anos de seca, mas de tonalidades diversas de verde na época das chuvas. 

Quando asfaltaram essa "rodagem" aquela vegetação, ou foi preservada ou recompôs-se, de forma que escondia essa sede de fazenda. Não sei a quem pertence, tampouco a quem pertenceu. Minha mãe e eu, ao conversarmos sobre ela, à hora do jantar, deduzimos que se trata ou se tratava de terras de alguém da família Pimenta, a julgar por sua localização. 

Por que a surpresa? A surpresa, já disse, é que para mim ela esteve décadas escondida e de repente está à vista. Os trabalhos de recuperação da estrada exigiram a derrubada do mato, sendo substituída por cerca de arame farpado. E a faixa da rodovia alargou-se deixando à mostra grande extensão de terras de um lado e do outro. 

Por que meu interesse? Este é, digamos, acadêmico. Sou estudioso da nossa história e dedico muita atenção a tudo que diz respeito ao nordeste rural algodoeiro-pecuário, cujas bases remontam ao ciclo do couro e cujo ocaso dá-se no final do ciclo militar de 1964/1985, em que o toma impulso a industrialização brasileira, nordeste incluso, com o contributo essencial da Sudene e dos incentivos fiscais dos 34/18, depois Finor. 

A casa é típica de uma sede de fazenda da primeira metade do século XX, relativamente pequena, mas funcional, possuindo à frente um pequeno alpendre de colunas de madeira de lei da região, porta e janelas feitas também de material local e formato que remonta à arquitetura da colonização. Ao lado, e em frente à porteira que lhe dá acesso, o armazém contíguo, que possivelmente no início possuía duas portas, mas, com o advento do trator e do automóvel, foram unificadas para permitir a passagem desses veículos. 

A pena é estar abandonada. Apesar de relativamente limpa, as portas perderam a tinta e a coberta desmoronou em alguns cômodos. E ali está para testemunhar o ocaso dessa "civilização" algodoeiro-pecuária de que tratei dois parágrafos antes. 

Nada é mais emblemático dessa mudança. Mesmo em nossa cidade, a economia pulsa na urbe. Saí outra noite pelas ruas e percebi que casas são erguidas a dois ou três pavimentos. Taperoá se verticaliza. Alguns desses prédios constam de ponto comercial no térreo e residência da família nos andares superiores. Caminhões e mais caminhões, caminhonetes e motos estacionados nas ruas, vans que nos remete a um intenso tráfego de pessoas, intra e intermunicipal. Se as mercearias desapareceram,  vieram os supermercados. Permanecem os bares, talvez até tenham aumentado de número, mas há novidades: restaurantes e pizzarias. 

Se contaminaram nossos algodoais com o bicudo americanizado, se ficou mais econômico importar carne dos grandes frigoríficos do centro-oeste do País, via caminhões frigoríficos, se os matadouros municipais foram desativados, há que se procurar outros meios de vida. Vejo com alegria que, aqui, as pessoas  respondem bem a esses desafios.

Só algo, a meu ver, piorou: o crescimento é desordenado, a cidade carece de um plano diretor e de um código de postura que funcione e a consciência da população para a limpeza urbana, que precisa ser maior, mais exigente, inclusive consigo mesma. Nada de jogar a responsabilidade só para o Poder Público e fazer de conta que não é conosco. Precisamos ser mais educados na hora de descartarmos nosso lixo. 

Mas volto à casa velha da fazenda de quem não sei o dono, para me perguntar até onde é legítimo eu ficar de certa forma triste com aquela situação. Será nostalgia ou apenas interesse de historiador? Critica-se tanto o gosto de alguém pelo passado! Por que me dedico a estudar a sociedade rural nordestina do século passado? Esse era o meu mundo enquanto aqui vivi. Minhas lembranças desta cidade são dessa época. 

Por outro lado, durante uma década atuei na carteira agrícola do Banco do Brasil, financiando esse universo rural. Com meu trabalho, apoiei e ajudei a colocar de pé políticas públicas para nosso semiárido, vi nascerem e  financiei a implantação de tecnologias de convívio do homem do nordeste seco com as estiagens. E fui testemunha ocular do desmantelamento de todo o sistema de fomento para nossa região, que fora criado desde a Era Vargas e aperfeiçoado nos governos militares. Sucumbiu tudo no furacão da crise da dívida externa dos países em desenvolvimento, nos anos 1980. 

A humanidade caminha para a frente, isso é inexorável. Não se pode ficar preso a um passado que não existe mais, isso é certo. Nossa própria sobrevivência carece de resposta aos novos desafios que nos são postos.  O que não se pode deixar é de olhar esse passado com o interesse da História. 

Dedicar-se a esse estudo com conhecimento de causa, então, é salutar.  Se vier junto uma pontinha de nostalgia, torna tudo mais prazeroso. Será isto um pecado?!  
   
Texto: Ari Diniz -Taperoá (PB), 16.09.2012.
  

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Câmara Municipal de Taperoá (PB): novo rosto


Os vereadores eleitos para a Câmara Municipal de Taperoá (PB) para a próxima gestão são os seguintes: 
Macilon Melquíades (PMDB)   - 605 votos (7,37%)

Ângela de Flavinho (PSDC)      - 511   ,,      (6,23%)

Antônio Vicente (DEM)          -   500   ,,      (6,09%)

Birino (PMDB)                      -    454   ,,      (5,53%)

Beto (PPS)                            -    432    ,,     (5,26%)

Sileide (PSB)                         -    424    ,,     (5,17%)

Margarete (DEM)                  -    424    ,,      (5,17%)

Dr. Ailton (PSDB)                  -    412    ,,      (5,02%)

Jane Farias (PSB)                   -   380    ,,      (4,63%)

Quatro mulheres foram eleitas, mostrando um avanço para as mulheres taperoaenses, sendo duas esposas de ex-vereadores: Ângela de Flavinho (PSDC) e Margarete (DEM), esposa de Betinho de Genuíno. Sileide Barreto é experiente na Câmara, tendo já exercido as duas últimas legislaturas, inaugurando sua terceira. Jane Farias será novata como edil, mas tem experiência política quando exerceu cargos importantes na administração municipal dos seus irmãos Adriano e Lula Farias, um dos quais a pasta da Cultura.    

Quanto aos homens, dois deles assumirão já envolvidos em polêmicas, pois disseram apoiar a oposição ao novo prefeito, jurandir Gouveia,  mesmo tendo feito toda a campanha apoiados pelos situacionistas, dos quais o novo prefeito faz parte: Macilon Melquíades, cuja família apoia totalmente o ex-prefeito Deoclécio Moura Filho, e Beto da Internet, genro  do grande comerciante Chico Queiroz, também simpatizante do grupo apoiado pelo anterior e atual prefeitos. Dr. Ailton Paulo de Sousa foi vereador reeleito, experiente, mas que também se envolveu em polêmicas em sua legislatura passada, polêmicas que repercutiram por toda a Paraíba, talvez até nacionalmente. Antônio Vicente (DEM), que foi eleito pela chapa apoiada pela oposição, sob a liderança de Socorro Toledo de Faias, candidata derrotada no último pleito, também mudou de opinião e trabalhará em apoio ao poder político liderado pelo prefeito Jurandir. Birino tem experiência na Câmara, quando por várias vezes assumiu o cargo em substituto a algum vereador, pois era suplente. Conforme demonstrou em várias ocasiões, será um vereador calmo, responsável, que preferirá votar projetos que beneficiem a cidade e não o grupo político que o apoia.     

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB) 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Um homem rico de Taperoá (PB)


Antigamente havia, em Taperoá, um homem muito rico e avarento. Só que havia também muitos homens pobres, mendigos. O que ocorria, então, era que aonde o homem rico ia muitos pedintes iam atrás dele e diziam: "Uma esmola, pelo amor de Deus!" A todos eles o rico dava a mesma resposta: "Perdoe!"

Ao correr dos dias o rico foi ficando cansado de tanto levantar o braço e falar: "Perdoe!" Depois de tanto pensar numa solução, finalmente resolveu mudar de atitude, mesmo sabendo que o certo era contribuir para que cada um pedinte tivesse um emprego para não precisar se humilhar a ninguém. Mas ele não era o prefeito de Taperoá, nem juiz, nem vereador; ele era apenas um comerciante que lutara muito na vida para juntar uns trocados.

Então, num dia, quando encontrava alguém lhe pedindo esmolas, ele dizia: "Passe amanhã lá em casa, às oito horas da manhã em ponto". E a notícia se espalhou entre os mendigos: "Acho que ele agora mudou de ideia e vai dar esmola para todo mundo, amanhã, às oito horas da manhã, em ponto".

Quando foi no outro dia o rico acordou, tomou banho, fez a barba, vestiu roupa limpa, tomou café e quando deu oito horas em ponto, ao sair para o trabalho, deparou-se com uma multidão em frente de sua casa; com certeza todos os mendigos estavam lá para receber sua esmola. Ele parou na porta, olhou a multidão de mãos estendidas e disse: "Perdoe!" Todo mundo ficou boquiaberto, pois já se imaginava numa bodega tomando um café reforçado dado pelo rico. 

O que, na realidade, o rico fez foi economizar no seu levantar de braço e dizer: "Perdoe", para um e outro; a multidão junta em sua porta lhe fez falar apenas uma vez.       

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Incidente no rio Taperoá


Dia 9 de maio de 2008 choveu a noite inteira em Taperoá (PB). Como o açude Manoel Marcionilo já havia sangrado no domingo, dia 23 de março do mesmo ano, ainda estava com capacidade máxima de armazenamento, e, portanto, não mais absorveu a nova enchente do dia 10. 

Com o açude sangrando, o rio teve um alto volume de vazão, atraindo a atenção do povo, como sempre. E como sempre, a mesma história de se pular da ponte velha. A correnteza forte não intimidou os aventureiros. Já no sábado de manhã um rapaz que pulou da ponte só conseguiu sair do rio quase no meio do caminho entre as duas pontes – a velha e a nova. 

Mas o fato que mais chamou a atenção do povo foi a aventura de Zominho, irmão do falecido vereador Preto Mariano. Por volta das 16h00 do sábado, bêbado, ele resolveu pular da ponte. A correnteza forte o levou rio abaixo, mas ele conseguiu se segurar nas pedras do meio do rio, porém ficou sem seu short. Nu, ficou se segurando nas pedras, com o corpo imerso até a cintura, esperando socorro. Um rapaz de nome Marcelo tentou levar uma corda até ele, mas a corda ficou presa em alguma pedra ou árvore, e o resgate não pôde ser feito. Marcelo ainda conseguiu chegar a nado até o acidentado, mas também não pôde voltar. Ficou preso com Zominho. A notícia logo se espalhou, e muita gente veio ajudar ou assistir ao resgate. Já era quase noite quando alguns homens tentaram jogar uma corda para eles, sem conseguir. Um homem ainda tentou ajudar, nadando amarrado a uma corda, mas a correnteza forte quase o levou embora e ele foi puxado de volta. 

Cansado de ficar em pé, dentro d’água, Zominho resolveu sentar-se em cima da pedra mais alta, onde estava o Marcelo. Quando a multidão o viu nu, foi um alvoroço. Sentado e bêbado, ele não se intimidou: abriu o mais que pôde as pernas, proporcionando um espetáculo à parte para quem quisesse ver. Já era noite, mas um carro alumiava o local com seus faróis. 

Já passava das 18h00 quando um policial trouxe uma grande corda. Com a ajuda de voluntários, ele se amarrou nela e nadou até onde estavam os náufragos. Com muita dificuldade chegou ao local. A primeira providência foi amarrar bem a corda ao corpo largo de Zominho. Quando sentiram segurança, o soldado e Zominho pularam n’água, amarrados. Inicialmente, a correnteza levou-os rio abaixo, mas os voluntários que seguravam a corda conseguiram puxá-los para a terra firme. Aplausos do povo: Zominho estava salvo.           

Ficou Marcelo sozinho. O policial disse que não conseguiria salvá-lo, pois havia se machucado nas pedras e precisaria ir ao hospital fazer curativos. O jeito era o rapaz esperar os bombeiros de Campina Grande, que haviam sido chamados e já estavam a caminho. Desesperado, Marcelo quis saltar na correnteza, mas o povo gritou bastante para ele esperar. A mãe dele chorava na beira do rio, vendo a hora perder o filho. 

A espera pelos bombeiros estressava o povo e o rapaz, que de vez em quando gritava no meio do rio. Cansados de esperar pela ajuda que não vinha, alguns homens foram à luta. Arrumaram outra grande corda e começaram a arremessá-la o mais longe possível. Amarrado a ela, um homem nadou um pouco rio adentro, segurado pelos homens, e conseguiu enfim jogar a corda o suficiente para Marcelo alcançá-la. Aplausos. 

Marcelo então se amarrou bem à corda, que foi puxada por muitos homens, até que ele alcançou a terra firme. Alívio geral. A multidão gritava de alegria, enquanto ia embora. Tudo havia acabado bem. Ficou uma lição para as futuras gerações.     

(Texto e foto: Bete Diniz - Taperoá - PB)